segunda-feira, 4 de julho de 2011

És assim

Há um encanto em cada pedaço de ti,
uma espécie de espanto
em cada olhar,
em cada sorriso
e
em cada andar;
há um sei lá o quê inqualificável em todo o teu perfil;
e há muito mais inexplicável
e
adorável
em todo o teu exterior;
e, quem sabe,
haverá um mundo para lá de um outro mundo
em todo o teu interior.

É, és assim mesmo:
simples, profunda, sincera,
linda como um sol cheio de sol,
uma espécie de rainha de todos os mundos, marés e luares.

4 de Julho de 2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

Vem

Sei que tu
hás-de um dia dizer-me,
segredar-me talvez;
sim ,
eu quero,
eu quero muito
que entres novamente no meu interior;
vem,
vem devagar,
entra,
entra por favor,
com todo o teu amor,
com um sentimento mais profundo do que o mar eterno,
pela minha alma até ao fundo de tudo o que sou
e do que
não fui neste longo e inesperado tempo.
vem e fica,
fica em mim,
por mim e para mim.

sábado, 12 de junho de 2010

Tanto tempo

Há muito tempo.
Há muito tempo
que

o tempo não lhe permitia
ter tempo de sentir

o tempo passar assim
sem mais vírgulas nem pontos finais.

Foi há tanto, tanto tempo
que,
vá lá saber-se por que razão,
perdeu ideia
do tempo que passou.

Não sabe, nem quer saber.
Porquê?
Por preferir
que
o tempo passe à velocidade
do próprio

tempo.
Sem pressas, nem pressões.
Passa,
devagar ou a voar,
e pronto.

Assim,
sem tempo
de pensar

no tempo
que está a passar.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Necessidade

« Julga-se que a necessidade
cria a coisa; mas é a coisa,
na maior parte das vezes,
que cria a necessidade »

Friedrich Nietzsche
filósofo e filólogo
nasceu a 15 de Outubro de 1844 em Rocken [Alemanha]
faleceu a 25 de Agosto de 1900 em Weimar [Alemanha]

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Ternura

Não deixo os meus lábios
tocar qualquer boca
não deixo os meus lábios
saborear qualquer aroma

Quando os meus lábios
beijam os teus lábios
outro sonho anseio,
outro beijo desejo

Montanhas d’água
dizimam um sentimento
mordaz
que nos separa.


Morte d’água:
penetro-me em ti.

[26 de Fevereiro de 1988]

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Esta e a outra

Digam o que disserem,
façam o que fizerem,
pensem o que pensarem,
julguem o que julgarem,
vivam o que viverem,
corrompam o que corromperem,
Amem o que amarem,
mordam o que morderem,
Matem o que matarem,
suicide-se quem quiser,
Eu não, eu não,
eu quero viver.
Se me deixarem, claro.

Deixam então não hão-de deixar.
Vivo esta vida,
hei-de viver esta vida
e hei-de viver a outra.

[escrito em Abril de 1988,
arranjado em Maio de 2009]

Não tenho medo

Não tenho medo.
Não tenho medo de nada.
Quanto mais sofro, mais eu amo.
O perigo apenas aumenta o meu amor.
Estou preso a ele. Vou apenas fazê-lo crescer.

Serei tudo o que precisas.
Viverás uma vida ainda mais linda do que a que tinhas.

Os céus vão trazer-te de volta e dirás:
"Apenas uma coisa pode tornar uma alma completa

e essa coisa é o amor".

Pedaço de desabafo retirado
do filme "O Leitor", de Stephen Daldry